José Alberto Mujica Cordano, conhecido como Pepe Mujica, faleceu nesta terça-feira (13), deixando um legado marcado por resistência política e vida simples. Nascido em Montevidéu em 1935, Mujica integrou um movimento guerrilheiro nos anos 1960, foi preso e torturado durante a ditadura militar no Uruguai, passando 14 anos encarcerado. Após sua libertação em 1985, ingressou na política institucional, fundou um partido de esquerda e foi eleito presidente em 2010, cargo que ocupou até 2015.
Durante sua presidência, Mujica ampliou gastos sociais e promoveu políticas progressistas, como a legalização da maconha. Chamou atenção por seu estilo de vida humilde, morando em uma casa modesta e doando a maior parte de seu salário para projetos sociais. Sua trajetória foi marcada por uma filosofia de simplicidade e compromisso com causas populares, mesmo após deixar o governo.
Nos últimos anos, Mujica dedicou-se a cuidar de sua horta e continuou apoiando iniciativas contra a pobreza. Declarado ateu, ele expressava admiração pela natureza, resumindo sua crença como quase panteísta. Sua morte encerra a vida de uma figura icônica, cuja influência ultrapassou as fronteiras do Uruguai, inspirando debates sobre política, justiça social e modos de vida alternativos.