O ex-presidente admitiu, em entrevista na quarta-feira, 14, que as fraudes no INSS podem ter começado em seu mandato, mas afirmou que o esquema se ampliou no governo atual. Ele se mostrou favorável à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar descontos indevidos em benefícios de aposentados, que causaram um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. “Se alguém do meu governo fez algo errado, pague”, declarou, reforçando a necessidade de investigação.
A oposição no Congresso Nacional protocolou um requerimento para a criação da CPMI, com apoio de 223 deputados e 36 senadores, majoritariamente do Centrão e do PL. O ex-presidente destacou que partidos de oposição não assinaram o pedido, mas reiterou a importância de apurar os fatos. “É difícil ter zero corrupção, mas tem que investigar”, afirmou, criticando a dimensão que o caso tomou no governo atual.
A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, revelou um esquema de cobranças indevidas em benefícios do INSS, onde entidades de classe realizavam descontos sem autorização dos beneficiários. As investigações apontam que o sistema se valia de acordos de cooperação técnica com o instituto. O caso segue em apuração, com expectativa de que a CPMI avance nas investigações.