José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu na terça-feira (13), aos 89 anos, após lutar contra um câncer no esôfago. Conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”, Mujica marcou sua trajetória política e pessoal por hábitos simples, como dirigir um Fusca 1987 e doar cerca de 90% do seu salário para projetos sociais durante seu mandato (2010-2015). Sua vida modesta, inclusive na Presidência, contrastava com o poder que exercia, recusando-se a morar no palácio governamental e preferindo viver em um sítio com sua companheira, Lucía Topolansky.
Mujica era uma figura próxima do povo, como ilustra um episódio em 2012, quando foi visto carregando uma tampa de vaso sanitário em seu carro e aceitou um convite para conversar com jogadores de um time de bairro. Sua postura despojada e sua origem humilde inspiraram muitos, reforçando sua crença de que o trabalho e a atitude são suficientes para alcançar objetivos. Ele também recusou uma oferta milionária por seu Fusca, mantendo-o como símbolo de sua simplicidade.
Sua filosofia de vida era clara: “Pobres são os que querem sempre mais”, disse em entrevista à BBC. Mujica acreditava que a verdadeira riqueza estava na satisfação com o essencial, evitando a “corrida infinita” por acumular bens. Sua morte encerra a trajetória de um líder que transformou humildade e integridade em valores políticos, deixando um legado que transcende fronteiras.