O ex-comandante da Aeronáutica afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que houve discussões, em reuniões com o então presidente, sobre a possibilidade de deter um ministro do STF durante o período pós-eleição. Segundo ele, a ideia foi levantada em um debate com outros comandantes militares, mas rapidamente descartada por ser considerada inviável. O depoimento integra o processo que investiga supostas tentativas de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
O militar relatou que participou de cinco encontros no mês de novembro daquele ano, nos quais o foco inicial era garantir a ordem pública diante dos protestos e bloqueios nas estradas. No entanto, a partir de certa data, percebeu-se que o objetivo havia mudado, com intenções de impedir a posse do presidente eleito. As reuniões contaram com a presença de altos comandantes das Forças Armadas e do então ministro da Defesa.
O relato reforça a tese da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a existência de um plano para subverter o resultado eleitoral. Com a fase de oitivas das testemunhas de acusação encerrada, o STF deve avançar para a etapa de defesa e análise do processo. As declarações destacam a tensão institucional vivida no período, sem apontar responsabilidades individuais.