O ex-comandante da Aeronáutica prestou depoimento ao STF nesta quarta-feira, detalhando reuniões ocorridas após as eleições de 2022. Durante os encontros, que incluíam representantes das Forças Armadas e o então presidente, foram discutidas hipóteses de intervenção, incluindo a possibilidade de prisão de autoridades eleitorais. O ex-comandante afirmou que, em um desses momentos, foi mencionada a ideia de deter um ministro do TSE, embora tenha destacado que a proposta foi levantada durante um “brainstorming” sem especificar autoria.
Ele também reforçou que informou repetidamente sobre a ausência de evidências de fraude nas urnas eletrônicas, contestando relatórios usados para questionar os resultados. Em uma das ocasiões, teria explicado erros técnicos em um documento apresentado pelo então presidente, reafirmando a confiabilidade do sistema eleitoral. Além disso, confirmou que um dos comandantes das Forças Armadas chegou a declarar que suas tropas estariam “à disposição” para ações, enquanto outro teria ameaçado prender o então presidente caso houvesse tentativa de interromper a posse do eleito.
Por fim, o ex-comandante relatou que deixou claro ao chefe do GSI que a Aeronáutica não apoiaria qualquer ruptura institucional. O aviso foi dado durante um voo emergencial para Brasília, quando enfatizou que as Forças Aéreas não participariam de medidas antidemocráticas. O depoimento traz novos elementos sobre as tensões no período pós-eleitoral, destacando divergências internas entre os militares e a defesa da legalidade.