O ex-comandante da Aeronáutica prestou depoimento ao STF confirmando a realização de uma reunião com o ex-presidente após o segundo turno das eleições de 2022, na qual foram discutidos mecanismos para intervir no processo democrático. Entre as hipóteses levantadas estavam a decretação de um Estado de Defesa ou de Sítio, além da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O militar também relatou que um alto oficial do Exército ameaçou prender o então presidente caso o plano fosse adiante, destacando a falta de unanimidade nas Forças Armadas como um dos motivos para o fracasso da iniciativa.
Durante o depoimento, o ex-comandante afirmou que, em dezembro do mesmo ano, outro encontro ocorreu no Ministério da Defesa, onde foi apresentado um documento que previa a não posse do presidente eleito. Ele declarou ter se recusado a ler o material e abandonado a reunião, enquanto outro oficial teria colocado tropas à disposição do plano. O militar também relatou ter sofrido retaliações por resistir às ações golpistas, supostamente ordenadas por um ex-ministro da Casa Civil.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 34 pessoas, incluindo o ex-presidente, por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Segundo a acusação, o grupo agiu de forma coordenada para impedir a posse do eleito em 2022. O depoimento do ex-comandante reforça as evidências de que havia conhecimento sobre a ausência de fraudes eleitorais, contrariando as alegações usadas para justificar as ações.