O ex-comandante da Força Aérea Brasileira confirmou em depoimento que o então comandante do Exército alertou o ex-presidente sobre a possibilidade de ser preso caso insistisse em medidas para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O relato foi feito durante uma ação penal que investiga supostas tentativas de golpe de Estado no governo anterior. Segundo o testemunho, o alerta foi dado de forma educada, mas firme, durante uma reunião no Palácio da Alvorada após o segundo turno das eleições.
O ex-comandante do Exército, em depoimento anterior, havia negado o uso da palavra “prisão”, mas admitiu que alertou sobre consequências jurídicas em caso de ações ilegais. O ex-chefe da Aeronáutica, no entanto, manteve sua versão, afirmando que o colega deixou claro o risco de detenção, ainda que de maneira polida. Ele destacou que não há contradição entre os depoimentos, pois ambos confirmam o aviso dado ao então presidente.
O caso está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República, com pelo menos 31 réus envolvidos na suposta trama golpista. O depoimento reforça relatos já apresentados à Polícia Federal e traz novos detalhes sobre as discussões entre os comandantes das Forças Armadas e o ex-presidente na época. A situação ilustra as tensões políticas no período pós-eleitoral e os esforços institucionais para evitar rupturas democráticas.