A Comissão Europeia retirou o Brasil da lista de “baixo risco” de desmatamento vinculado à produção de commodities, conforme decisão baseada na lei antidesmatamento da UE, que entrará em vigor em dezembro de 2025. O governo brasileiro reagiu com preocupação, criticando a medida como unilateral e discriminatória, argumentando que desconsidera os esforços nacionais e multilaterais de preservação florestal e combate às mudanças climáticas. O Ministério das Relações Exteriores destacou que a classificação impõe custos desproporcionais aos países com agricultura tropical sustentável, como o Brasil, e afeta especialmente pequenos produtores.
A lista da UE incluiu 140 países como “baixo risco”, entre eles nações com climas temperados, como EUA, Canadá e China, enquanto Brasil, Malásia e Indonésia foram classificados como “risco médio”. O Itamaraty questionou a metodologia, apontando que países com menor cobertura florestal e produção agrícola em climas temperados receberam avaliações mais favoráveis do que nações que preservam grandes áreas de florestas tropicais. O governo brasileiro afirmou que analisará detalhadamente os critérios e fontes de dados utilizados pela Comissão Europeia.
A partir de dezembro de 2025, a lei europeia proibirá a importação de commodities vinculadas ao desmatamento, seguindo a classificação de risco. A medida tem potencial para impactar significativamente o comércio de produtos como soja, carne bovina, café e madeira. O Brasil, um dos maiores exportadores desses itens, reforçou sua posição contrária à decisão, defendendo seu modelo de agricultura sustentável e alertando para possíveis distorções no mercado global.