Um levantamento realizado pela Associação Comercial de São Paulo em parceria com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (Cacb) mostra que 60% dos gastos públicos do Governo Federal são destinados à Previdência Social e a despesas com pessoal, incluindo salários e encargos sociais. O estudo, que analisou cerca de 60 itens de custo agrupados em 28 categorias, identificou 11 classificações que representam 96% do orçamento nacional. Dados públicos da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) foram consolidados na plataforma Gasto Brasil, atualizada em tempo real, para fornecer transparência sobre a alocação de recursos.
Além da Previdência e dos gastos com pessoal, o estudo destacou outras nove categorias significativas, como políticas de assistência social (Bolsa Família, Seguro-Desemprego e Abono Salarial), benefícios para idosos e pessoas com deficiência (BPC), e despesas discricionárias, que variam conforme as prioridades do governo. Também foram mencionados os investimentos obrigatórios em saúde e educação, como o Fundeb, além dos custos operacionais dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público. Esses dispêndios refletem a estrutura de prioridades do orçamento federal, com pouca margem para gastos livres.
O levantamento também abordou desafios recentes, como irregularidades em descontos de benefícios previdenciários e a necessidade de incluir precatórios na meta fiscal, o que pode limitar a flexibilidade orçamentária. A ferramenta Gasto Brasil, desenvolvida com apoio do Ipea, busca ampliar o acesso às informações sobre os gastos públicos, facilitando o monitoramento e a análise pela sociedade. Os dados reforçam a concentração de recursos em áreas essenciais, mas também apontam para a necessidade de maior eficiência na gestão dos fundos públicos.