Pesquisas recentes estimam que cerca de 870 mil mulheres alemãs foram vítimas de estupros cometidos por tropas aliadas durante e após a Segunda Guerra Mundial. Embora os soldados soviéticos sejam frequentemente associados a esses crimes, evidências mostram que tropas ocidentais, incluindo norte-americanas e francesas, também participaram dessas violações. Relatos da época descrevem mulheres buscando proteção em meio ao caos, muitas vezes se submetendo a um agressor menos violento para escapar de abusos repetidos.
Apesar das ordens superiores para conter os estupros, a falta de controle sobre as tropas permitiu que os crimes continuassem. Soldados negros e coloniais foram frequentemente culpados, servindo como bodes expiatórios para encobrir a impunidade generalizada. Enquanto isso, as vítimas alemãs foram silenciadas, estigmatizadas como “prostitutas” ou “oportunistas”, e seus traumas foram ignorados por décadas.
O legado desses crimes persiste na sociedade alemã, refletindo-se no medo transmitido entre gerações e em debates recentes sobre violência sexual. Documentos médicos e relatos históricos agora permitem uma análise mais aprofundada desses eventos, destacando a necessidade de confrontar esse capítulo sombrio da história com seriedade e empatia.