Um estudo divulgado pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) aponta que 29% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais, percentual que se mantém estável desde 2018. Desse grupo, 16% são jovens de 15 a 29 anos, um aumento em relação aos 14% registrados em 2018, possivelmente influenciado pelo fechamento das escolas durante a pandemia. A pesquisa, realizada com 2.554 pessoas em todas as regiões do país, também destaca que 36% da população possui alfabetização elementar, enquanto apenas 10% atingem o nível proficiente.
O analfabetismo funcional limita severamente a capacidade de leitura, escrita e resolução de problemas básicos, afetando até mesmo trabalhadores e pessoas com ensino superior—12% destes estão nessa condição. Além disso, as desigualdades raciais são evidentes: enquanto 41% dos brancos têm alfabetização consolidada, apenas 31% dos negros e 19% dos indígenas e amarelos alcançam o mesmo patamar. Especialistas defendem políticas públicas mais eficientes para reduzir essas disparidades e melhorar a qualidade da educação básica.
O estudo também introduziu pela primeira vez uma análise do alfabetismo no contexto digital, refletindo sobre como as transformações tecnológicas impactam o cotidiano. Realizado por organizações como Ação Educativa e Fundação Itaú, em parceria com Unicef e Unesco, o Inaf alerta para a necessidade de acelerar ações educacionais em um mundo cada vez mais tecnológico, garantindo que crianças e jovens tenham acesso a aprendizados adequados para suas idades.