O município de Acaraú, no litoral oeste do Ceará, enfrenta um grave processo de erosão costeira, com aproximadamente 38 km de praias classificados como críticos. Segundo o Plano de Ações de Contingência para Processos de Erosão Costeira (PCEC), lançado em 2024, o mar avançou até 81 metros em algumas áreas nos últimos oito anos. O estudo, realizado pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) e pela FUNCAP, utilizou imagens de satélite e visitas de campo para analisar 553 pontos no litoral cearense, identificando Acaraú como o município mais afetado.
Entre as praias mais impactadas estão Espraiado, Volta do Rio e Arpoeiras, onde o avanço do mar varia de 1,5 a 4,7 metros por ano. Estratégias como estacas de madeira, enrocamentos e muros de contenção foram implementadas para mitigar os danos, mas a erosão continua a ameaçar infraestruturas locais, como parques eólicos e comunidades de pescadores. A Praia de Arpoeiras, por exemplo, recebeu um muro de contenção em 2020, com investimento de R$ 2,8 milhões, mas ainda registra recuos significativos.
A erosão costeira no Ceará é agravada por fatores naturais, como a dinâmica das ondas e ventos alísios, e por ações humanas, como ocupação irregular e interferência em rios. O estudo alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger o litoral, já que todas as 20 cidades costeiras do estado apresentam sinais de avanço do mar. A situação em Acaraú destaca a urgência de medidas integradas para preservar comunidades e ecossistemas ameaçados.