Um estudo recente baseado no Timms 2023 aponta que 51% dos estudantes brasileiros do 4º ano não atingem o nível básico de proficiência em matemática, ficando três anos atrás da média global. O levantamento destaca que mais da metade das crianças de 9 anos erra questões fundamentais, como operações básicas, enquanto apenas 2 em cada 10 acertam problemas intermediários. Apenas 1% resolve desafios com múltiplas etapas, como calcular o número de prateleiras necessárias para armazenar caixas de diferentes tamanhos.
Entre as principais dificuldades estão operações com números naturais, resolução de problemas, geometria e medidas. Especialistas apontam que os alunos frequentemente memorizam procedimentos sem compreendê-los, e a falta de familiaridade com aplicações práticas das operações agrava o cenário. A geometria, por exemplo, é negligenciada nas aulas, embora seja essencial para o desenvolvimento do raciocínio espacial.
O baixo desempenho está ligado a fatores estruturais, como a deficiência na formação de professores, a desvalorização da carreira docente e as desigualdades socioeconômicas. A escassa familiaridade com números fora da escola e a histórica exclusão educacional no Brasil também contribuem para o problema. Sem políticas públicas eficazes, o país continua ampliando a lacuna em relação a outras nações, perpetuando um ciclo de aprendizado insuficiente.