Pessoas com maior compreensão de leitura e escrita enfrentam menos dificuldades em tarefas digitais, como compras online ou preenchimento de formulários. No entanto, mesmo entre os considerados alfabetizados proficientes, 40% têm desempenho médio ou baixo no ambiente digital, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). A pesquisa, realizada com 2.554 brasileiros entre 15 e 64 anos, mostrou que 95% dos analfabetos têm baixo desempenho digital, enquanto apenas 60% dos proficientes alcançam o nível alto.
Os jovens entre 20 e 29 anos são os que apresentam melhor desempenho, com 38% no nível alto, seguidos pelos de 15 a 19 anos (31%). Especialistas destacam que as desigualdades educacionais se refletem no mundo digital, limitando o acesso a serviços essenciais, como programas de transferência de renda e consultas médicas. “As habilidades digitais não são supérfluas; são fundamentais para a inclusão social”, afirma uma coordenadora do estudo.
O Inaf, retomado após seis anos, foi realizado em parceria com organizações como Fundação Itaú, Unicef e Unesco. A pesquisa alerta para a necessidade de investir em formação digital, já que o mundo está cada vez mais tecnológico. “Não adianta achar que o digital resolverá tudo; as mesmas desigualdades se reproduzem nesse contexto”, ressalta um especialista em educação. Os dados reforçam a urgência de políticas públicas que combinem alfabetização tradicional e digital.