Um estudo divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado mostrou que os 23 congressistas apoiados pela associação Proarmas apresentaram 739 projetos de lei em 2023 e 2024, uma média de 32 por autor — 68% acima da média geral do Congresso. Os temas mais frequentes foram segurança pública, Código Penal, armas e munições, infância e adolescência e direitos fundamentais. Desses projetos, 53 propunham endurecer penas no Código Penal, refletindo uma agenda alinhada com a defesa do armamento civil.
Apesar do volume elevado, apenas quatro projetos viraram lei, nenhum relacionado a temas prioritários da bancada. As leis aprovadas trataram de questões como turismo no Rio Grande do Sul, cultura popular e homenagens. Segundo a pesquisadora Terine Coelho, a estratégia do grupo parece ser mais discursiva do que efetiva, focada em mobilizar bases eleitorais. A bancada, composta majoritariamente por homens do PL, inclui muitos parlamentares em seu primeiro mandato, com profissões ligadas à segurança pública ou às Forças Armadas.
O relatório destaca que a bancada do Proarmas atua como um reforço à tradicional “bancada da bala”, embora sejam grupos distintos. Dos 23 integrantes, 16 são deputados e 7 são senadores, eleitos em 2022 com 18,6 milhões de votos. A metodologia do estudo cruzou dados do financiamento da Proarmas com proposições legislativas, analisando temas e produtividade. O resultado aponta para uma atuação mais simbólica do que transformadora, com baixa efetividade na aprovação de leis.