Um estudo publicado na revista *Communications Earth and Environment* revelou que as camadas de gelo da Antártida e Groenlândia estão derretendo a uma velocidade alarmante, quadruplicando a taxa registrada nos anos 1990. Atualmente, essas regiões perdem cerca de 370 bilhões de toneladas de gelo anualmente, impulsionadas pelo aquecimento global. Se as emissões de gases de efeito estufa mantiverem o ritmo atual, o derretimento pode elevar o nível do mar em dezenas de metros, ameaçando áreas costeiras e deslocando milhões de pessoas.
Os pesquisadores destacam que mesmo uma redução imediata das emissões não seria suficiente para reverter o dano em curto prazo. A recuperação das camadas de gelo levaria centenas a milhares de anos, e partes delas podem entrar em colapso irreversível, mesmo que as temperaturas globais retornem aos níveis pré-industriais. O estudo sugere que o limite seguro para evitar perdas catastróficas seria manter o aquecimento abaixo de 1°C, um desafio ainda maior do que a meta de 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris.
A COP30, que será realizada no Brasil em 2025, surge como uma oportunidade crítica para discutir ações concretas contra as mudanças climáticas. O evento reunirá líderes globais para debater redução de emissões, financiamento climático e transição energética, enquanto o mundo enfrenta os impactos cada vez mais visíveis do aquecimento global. O estudo serve como um alerta urgente para a necessidade de políticas mais ambiciosas e coordenadas diante de uma crise que pode se tornar irreversível.