O Ministério Público Eleitoral (MPE) moveu uma ação na Justiça contra um suposto esquema de compra de votos em Boa Vista das Missões, no Rio Grande do Sul. Segundo a denúncia, mais de R$ 600 mil teriam sido investidos para garantir a eleição de um candidato sem chances prévias de vitória, com o objetivo de lucrar em apostas eleitorais. O caso, relatado por um ex-prefeito, envolve acusações de que eleitores receberam valores em troca de votos, com alguns relatando pagamentos de até R$ 5 mil para famílias inteiras.
O candidato eleito, que obteve a maior votação da história da cidade para o cargo, negou as acusações, afirmando ter feito “política limpa”. Já o suposto mentor do esquema não se manifestou. Áudios obtidos pela reportagem mostram conversas que sugerem a cobrança pelo cumprimento de acordos de voto. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia aprovado uma resolução em 2024 proibindo apostas relacionadas a resultados eleitorais, considerando-as ilícitas.
Eleitores que apostaram contra o candidato supostamente beneficiado pelo esquema relataram prejuízos financeiros significativos. Um aposentado perdeu R$ 60 mil, enquanto outro morador afirmou ter apostado R$ 300 mil, acreditando em uma vitória de candidatos tradicionais. O caso expõe preocupações sobre a influência do poder econômico em eleições e os riscos de fraudes em apostas eleitorais.