No Brasil, ao contrário de países como Estados Unidos e Canadá, o papel higiênico deve ser descartado no lixo, e não no vaso sanitário. Segundo especialistas, isso se deve principalmente à qualidade do papel, que não se desintegra facilmente na água, e à infraestrutura deficiente da rede de esgoto. Testes comparativos mostraram que papéis brasileiros, especialmente os de folha dupla ou tripla, têm baixa hidrossolubilidade, enquanto modelos estrangeiros se desfazem com mais eficiência. Além disso, tubulações mais estreitas e antigas no país aumentam o risco de entupimentos.
Outro fator relevante é a limitação da rede de esgoto, que não está preparada para receber papel higiênico, mesmo em regiões com sistemas mais modernos. Enquanto alguns defendem que o descarte no vaso seria mais higiênico, evitando contato com resíduos, a realidade brasileira ainda exige o uso de lixeiras. Marcas de papel higiênico afirmam que o descarte no vaso só é viável em residências com estrutura adequada, mas especialistas alertam que mesmo assim os riscos persistem.
O problema vai além do papel higiênico: outros itens, como lenços umedecidos, absorventes e fraldas, também não devem ser jogados no vaso, pois causam entupimentos graves. Em caso de obstrução, a recomendação é usar um desentupidor e, se necessário, chamar um profissional. A discussão revela um desafio estrutural do saneamento básico no país, que transforma uma simples decisão do dia a dia em um reflexo de limitações nacionais.