O governo da Espanha criou dois grupos de trabalho para investigar as causas do apagão que deixou milhões sem energia elétrica e telefonia por cerca de 10 horas no dia 28 de abril, afetando também Portugal e partes da França. Um grupo analisará a operação do sistema elétrico, enquanto o outro focará em cibersegurança, indicando que as autoridades não descartam a possibilidade de um ataque externo. A ministra responsável afirmou que a definição da causa ainda levará tempo, com todas as hipóteses em aberto, incluindo uma possível anomalia em painéis solares no sudoeste do país.
Autoridades espanholas reconhecem que ainda não há dados suficientes para apontar uma causa definitiva, com informações sendo compiladas por empresas de energia e analisadas pelo comitê. A Red Eléctrica, responsável pela rede de alta tensão, garante ter enviado todos os dados requisitados, mas a complexidade técnica tem retardado o processo. Enquanto isso, a população demonstra insatisfação: pesquisa recente mostra que 59,6% dos espanhóis consideram as informações divulgadas pelo governo insuficientes.
O apagão reacendeu o debate sobre a capacidade do sistema energético espanhol, especialmente após o fechamento de usinas nucleares. Partidos de oposição criticam o modelo atual, questionando se ele é capaz de lidar com crises imprevisíveis. A discussão reflete a tensão entre a transição para fontes renováveis e a necessidade de garantir estabilidade no fornecimento de energia.