A Europa enfrenta desafios críticos em sua infraestrutura elétrica, com redes envelhecidas e falta de capacidade de armazenamento de energia, exigindo trilhões de dólares em investimentos para evitar novos apagões. Em 28 de abril, Espanha e Portugal viveram um dos piores blecautes de sua história, deixando milhões sem energia, interrompendo transportes e serviços essenciais. Autoridades investigam as causas, mas especialistas destacam a urgência de modernizar a rede, especialmente diante do aumento da demanda por eletricidade e da transição para fontes renováveis.
A rede elétrica da União Europeia, em grande parte construída no século passado, não acompanhou o crescimento das energias limpas e da demanda por data centers e veículos elétricos. Embora os investimentos em renováveis tenham quase dobrado desde 2010, os valores destinados às redes permanecem estagnados em torno de US$ 300 bilhões anuais. A Agência Internacional de Energia alerta que esse montante precisa ultrapassar US$ 600 bilhões até 2030 para garantir a adaptação necessária, incluindo proteção contra ciberataques e expansão da capacidade de distribuição.
A Espanha, onde as renováveis já representam 56% da matriz energética, ilustra os desafios da transição: projetos eólicos e solares avançam rapidamente, mas a infraestrutura de transmissão leva anos para ser ampliada. A Comissão Europeia estima que serão necessários até US$ 2,3 trilhões em investimentos até 2050 para modernizar as redes e evitar crises futuras, enquanto a UE busca reduzir sua dependência de combustíveis fósseis após a guerra na Ucrânia.