Representantes do setor produtivo brasileiro, incluindo confederações como CNC, CNI e CNA, divulgaram um manifesto pedindo ao Congresso Nacional a anulação do decreto que elevou as alíquotas do IOF. O grupo argumenta que a medida prejudica o crédito, o câmbio e a poupança de longo prazo, com um impacto estimado em R$ 19,5 bilhões em custos adicionais apenas em 2024. Além disso, as entidades destacam que a taxação encarece empréstimos produtivos e distorce o mercado financeiro, especialmente em aplicações como previdência privada.
O manifesto critica o aumento da carga tributária, lembrando que o IOF tem função regulatória, e não arrecadatória, e que a medida desincentiva investimentos e a modernização da indústria nacional. Embora o governo tenha recuado em parte das mudanças—como a cobrança do IOF sobre fundos nacionais no exterior—manteve as novas alíquotas para operações de crédito, câmbio e compras internacionais com cartão. As entidades defendem que o equilíbrio fiscal deve ser alcançado por meio de eficiência institucional, e não por aumento de impostos.
A pressão do setor privado ampliou o debate no Congresso, onde o presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou discussões com líderes partidários sobre projetos que buscam sustar o decreto. Enquanto a oposição já protocolou sete PDLs, o governo avalia usar emendas parlamentares como moeda de barganha. O texto do manifesto reforça que iniciativas arrecadatórias, como o aumento do IOF, comprometem o ambiente econômico, defendendo soluções estruturais para as contas públicas.