A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a exigir receita controlada para a venda de medicamentos à base de agonistas do GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A medida visa coibir o uso indiscriminado desses fármacos, frequentemente impulsionado por redes sociais, e garantir que seu consumo seja feito apenas com acompanhamento médico. Especialistas destacam que, embora eficazes no controle do apetite, esses medicamentos foram originalmente desenvolvidos para diabetes e seu uso sem supervisão pode levar a efeitos colaterais graves, como náuseas, desidratação e perda de massa muscular.
Relatos de usuários ilustram experiências divergentes: enquanto alguns relatam perda de peso significativa, outros destacam efeitos adversos intensos, como irritabilidade e problemas gastrointestinais. A nutricionista Isabela Correa alerta para os riscos nutricionais e o “efeito sanfona”, enfatizando a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar. A endocrinologista Leandra Negreto critica a banalização do termo “caneta emagrecedora”, ressaltando que o foco exclusivo na perda de peso ignora outros benefícios terapêuticos e estimula o consumo irresponsável.
A nova regulamentação da Anvisa, que exige receita em duas vias (sendo uma retida na farmácia), busca proteger a população dos riscos associados ao uso inadequado. Negreto também alerta para a desinformação nas redes sociais, incentivando a busca por fontes confiáveis, como sociedades médicas especializadas. A medida reforça a importância do uso consciente desses medicamentos, alinhando-se ao ODS 3 da ONU, que promove saúde e bem-estar.