O governo brasileiro participou de uma reunião em Madri com outros 19 países para discutir medidas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e formas de pressionar Israel a suspender a guerra, incluindo possíveis sanções. O encontro, organizado pela Espanha, reuniu chanceleres de nações como Alemanha, Portugal e Egito, com foco na viabilização da solução de dois Estados — proposta rejeitada por Israel. O ministro das Relações Exteriores do Brasil criticou a inação internacional diante do conflito e destacou a necessidade de ação diante das violações ao direito internacional.
O chanceler espanhol defendeu a suspensão do acordo da União Europeia com Israel, um embargo de armas e sanções individuais contra quem impede a criação do Estado palestino. Enquanto isso, países como EUA e Alemanha continuam sendo os principais fornecedores de armas para Israel, segundo dados do Sipri. Especialistas avaliam que, apesar da ousadia do encontro, as medidas discutidas podem ter pouco impacto no curto prazo, dado o forte apoio ocidental a Israel.
A situação humanitária em Gaza segue crítica, com a ONU alertando para o risco de fome em massa devido ao bloqueio israelense. O conflito remonta à criação de Israel em 1948, que levou à expulsão de centenas de milhares de palestinos. Apesar dos acordos de Oslo em 1993, que previam a formação de um Estado palestino, a ocupação de territórios só aumentou, culminando no recente ciclo de violência após os ataques de outubro de 2023. O debate em Madri também prepara a Conferência sobre a Palestina na ONU, em junho, da qual o Brasil participará como coordenador de um grupo de trabalho.