As enchentes no Rio Grande do Sul tornaram-se a principal causa de deslocamentos por desastres naturais no Brasil, segundo dados monitorados desde 2008. Quase 800 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas devido às inundações, enquanto a seca na Região Norte deslocou outras 35 mil. O pesquisador Vicente Anzellini destaca que as mudanças climáticas intensificam esses fenômenos, tornando-os mais imprevisíveis e frequentes em um cenário de aquecimento global.
Conflitos e guerras ainda lideram os deslocamentos forçados no mundo, mas no Brasil, os desafios são predominantemente climáticos. O estudo aponta a necessidade de melhorar a resposta a esses eventos, com soluções baseadas na natureza, planejamento urbano adequado e gestão de riscos. Medidas como essas podem reduzir o impacto sobre as populações mais vulneráveis, que muitas vezes perdem tudo e precisam recomeçar em novas cidades.
Histórias como a de moradores que se recusam a voltar aos locais atingidos ilustram o trauma deixado por esses desastres. Muitos buscam reconstruir suas vidas longe das áreas de risco, evidenciando a urgência de políticas públicas eficazes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger comunidades em situações vulneráveis.