Um empresário turco-brasileiro foi preso em São Paulo pela Polícia Federal após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido de extradição do governo da Turquia. O homem, naturalizado brasileiro desde 2012, é acusado pelas autoridades turcas de integrar uma organização considerada terrorista, ligada a um clérigo opositor do presidente do país. A defesa do empresário alega que a prisão é ilegal e que seu cliente sofre perseguição política por ser crítico do governo turco.
O empresário, que possui restaurantes em São Paulo e já lecionou como professor visitante na USP, é casado com uma brasileira e tem duas filhas nascidas no Brasil. Sua defesa argumenta que ele não pretende retornar à Turquia e que as acusações são motivadas por razões políticas. O ministro do STF responsável pela decisão afirmou que o pedido de extradição cumpre os requisitos legais, incluindo a dupla tipicidade do crime, mas a defesa contesta, citando precedentes em que o tribunal negou pedidos semelhantes.
O caso reacende debates sobre a cooperação internacional em extradições e alegações de uso político desses processos. Enquanto o governo turco sustenta que o empresário está envolvido em atividades criminosas, sua defesa insiste que se trata de uma perseguição a opositores. O STF deverá analisar o mérito do pedido de extradição, enquanto o advogado do empresário busca reverter a prisão cautelar. O desfecho pode impactar as relações bilaterais e a discussão sobre direitos de estrangeiros naturalizados no Brasil.