Um empresário afirmou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, em 2021, que uma entidade associativa teria domínio sobre diretores do INSS por meio de repasses financeiros ilegais. Segundo ele, a organização adulterava cadastros de aposentados e pensionistas para justificar descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Dados da Controladoria-Geral da União (CGU) mostram que os valores descontados pela entidade saltaram de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 milhões em 2023.
O empresário detalhou que sua empresa foi contratada para coletar assinaturas de associados, mas os documentos teriam sido fraudados posteriormente, transformando formulários de exclusão em autorizações de desconto. Ele relatou ter coletado 28.700 assinaturas e decidido denunciar o esquema após não receber o valor combinado e sofrer ameaças. As investigações, inicialmente conduzidas pela polícia local, foram repassadas à Polícia Federal, que deflagrou uma operação em abril para apurar possíveis fraudes que podem chegar a R$ 6,3 bilhões em todo o país.
A entidade envolvida afirmou, em nota, que está colaborando com as autoridades e que os fatos serão esclarecidos no âmbito das investigações. Até o momento, não foi possível localizar outros envolvidos mencionados nos depoimentos. O caso expõe um suposto esquema complexo de manipulação de dados e corrupção no sistema previdenciário brasileiro.