A Diaspora Co., empresa de especiarias com sede na Índia, tem enfrentado uma série de desafios, desde mudanças climáticas até tensões geopolíticas e novas tarifas de importação impostas pelos EUA. A CEO Sana Javeri Kadri optou por não repassar os custos adicionais aos agricultores ou consumidores, mantendo preços estáveis e salários justos para seus parceiros. A estratégia da empresa se baseia em um modelo de negócios sustentável, que valoriza a qualidade e a origem dos produtos, atraindo consumidores dispostos a pagar mais por itens livres de contaminantes e produzidos de forma ética.
O compromisso com a sustentabilidade vai além da produção: a Diaspora Co. resiste à ideia de transferir cultivos para os EUA, destacando a importância cultural e histórica das especiarias indianas. A empresa também adaptou sua cadeia de suprimentos, trocando fornecedores chineses por indianos devido a tensões geopolíticas, mesmo reconhecendo diferenças na qualidade das embalagens. Além disso, a marca expandiu suas operações para o Reino Unido e planeja entrar no mercado australiano, reforçando sua presença global.
Embora o modelo sustentável traga benefícios financeiros e de reputação, a empresa ainda enfrenta obstáculos, como custos elevados com plataformas digitais e burocracia aduaneira. A diretora do Centro de Negócios Sustentáveis da NYU Stern, Tensie Whelan, ressalta que empresas menores, como a Diaspora Co., podem competir com gigantes tradicionais ao investir em práticas sustentáveis. O caso da McCormick & Company, que economizou milhões com supply chains mais verdes, ilustra o potencial do setor. Para Sana, a chave está no consumo consciente e em mudanças sistêmicas que valorizem a qualidade e a equidade.