A Embraer, que liderou os ganhos do Ibovespa em 2024 com valorização de mais de 160%, registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 428,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, acima da perda de R$ 63,5 milhões no mesmo período do ano anterior. Apesar do resultado negativo, a empresa apresentou avanço operacional, com Ebitda ajustado de R$ 620,6 milhões — quase três vezes maior que em 2024 — e margem subindo de 5,3% para 9,7%. A fabricante manteve suas projeções de entregas para o ano, entre 77 e 85 aviões comerciais e 145 a 155 jatos executivos.
Analistas continuam vendo a Embraer como uma das empresas com maior potencial de crescimento na bolsa, mesmo diante de desafios na cadeia de suprimentos e pressões externas. As ações EMBR3 acumulam alta de quase 15% no ano. Durante teleconferência, o CFO alertou para um possível impacto limitado de até 90 pontos-base nas margens de EBIT devido a tarifas de importação dos EUA, mas destacou medidas de eficiência para mitigar os efeitos. O CEO afirmou que o impacto deve ser maior nas divisões de aviação executiva e serviços, principalmente nos modelos Phenom e Praetor.
A companhia segue negociando com o governo e companhias aéreas da Índia para possíveis acordos envolvendo os jatos E2 e a aeronave militar C-390. Apesar dos desafios, a Embraer manteve sua projeção de margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3% para 2025, reforçando sua resiliência em um cenário global desafiador.