A campanha eleitoral para as legislativas portuguesas terminou nesta sexta-feira (16), com o primeiro-ministro conservador Luís Montenegro como favorito, segundo pesquisas. Sua coalizão, a Aliança Democrática (AD), lidera com 34% das intenções de voto, à frente do Partido Socialista (PS), com 26%, enquanto o partido de extrema direita Chega pode alcançar 19%. No entanto, a AD ainda está longe da maioria absoluta, projetando um possível governo minoritário, o que manteria a instabilidade política. Montenegro pediu eleitores um mandato mais sólido, destacando a necessidade de estabilidade após três eleições em pouco mais de três anos.
A disputa ocorre em um cenário de descontentamento popular, com eleitores criticando os “jogos políticos” e a imigração descontrolada, tema que ganhou destaque durante a campanha. O governo atual reforçou políticas migratórias, mas foi acusado pela esquerda de tentar atrair eleitores da extrema direita ao anunciar a expulsão de imigrantes irregulares. Enquanto isso, o candidato socialista Pedro Nuno Santos acusou Montenegro de convocar eleições para evitar explicações sobre supostos conflitos de interesse.
O resultado das eleições, marcadas para domingo (18), pode definir se Portugal terá um governo estável ou continuará em um cenário fragmentado. Analistas destacam que mesmo uma vitória da AD não garante maioria, dependendo de apoios como o do partido Iniciativa Liberal. O eleitorado, cansado da instabilidade, busca mudanças, mas a polarização entre esquerda, direita moderada e extrema direita mantém o futuro político incerto.