Os australianos votam neste sábado (3.mai.2025) em uma eleição parlamentar que coloca frente a frente o Partido Trabalhista (esquerda) e a coalizão Liberal-Nacional (centro-direita). Pesquisas recentes mostram uma leve vantagem dos trabalhistas, que recuperaram a liderança após ficarem atrás no início do ano. Analistas atribuem a mudança à rejeição às políticas do presidente norte-americano, cujas tarifas unilaterais afetaram parceiros comerciais como a Austrália e o Canadá – onde a esquerda também surpreendeu ao se manter no poder.
A comunidade sino-australiana, que representa 5,5% da população, pode ser decisiva no resultado. Ambos os partidos buscam conquistar esses eleitores, com o Partido Trabalhista destacando a ministra das Relações Exteriores, de ascendência chinesa, enquanto a coalizão Liberal-Nacional enfrenta o desafio de se distanciar da imagem do presidente norte-americano, com quem já flertou durante a campanha.
O resultado da eleição pode simbolizar uma guinada política inédita para a Austrália, tradicional aliada militar dos EUA. Se a esquerda vencer com apoio da comunidade chinesa, o país sinalizará uma resistência às políticas trumpistas, mesmo mantendo laços históricos com Washington. O cenário reflete uma tendência global de reação às medidas unilaterais dos EUA.