Especialistas reunidos no 3º Seminário Macrolab de Conjuntura da FGV-EESP afirmaram que o governo dos EUA será obrigado a recuar nas medidas adotadas na guerra tarifária contra a China. Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, destacou que o conflito tem mais motivações políticas do que econômicas e que os EUA têm mais a perder a longo prazo. Ele ressaltou que a China, com seu planejamento de longo prazo e resistência a turbulências, está em vantagem, enquanto a postura do mandatário norte-americano é vista como temporária e ineficaz.
Caio Megale, da XP Investimentos, avaliou que a estratégia dos EUA de pressionar as exportações chinesas acabou afetando múltiplos países devido à integração global da China. Tatiana Pinheiro, da Galapagos Capital, complementou que a desaceleração econômica chinesa já era uma decisão interna antes mesmo das tarifas, e que as restrições tecnológicas impostas não surtiram o efeito desejado, dada a liderança da China em setores como inteligência artificial e componentes eletrônicos.
Os economistas concordaram que a abordagem mercantilista adotada não se adapta à estrutura econômica atual, resultando em revisões negativas do PIB e aumento da inflação. A conclusão é que a China sairá fortalecida do conflito, enquanto os EUA enfrentarão as consequências de uma estratégia considerada mal planejada e de curto prazo.