O programa Visão Crítica estreou com uma análise detalhada sobre a economia brasileira, destacando perspectivas de crescimento e desafios fiscais. Participaram três economistas renomados, que apontaram um cenário complexo, com previsões de crescimento do PIB entre 1,9% e 2,5% em 2025. Apesar da baixa taxa de desemprego, preocupações com gastos públicos, inflação e endividamento foram enfatizadas. Samuel Pessoa destacou que, embora o crescimento seja positivo, a economia está desequilibrada, com dívida pública crescente e juros elevados, exigindo um ajuste fiscal pós-eleitoral.
Felipe Salto reforçou a gravidade do quadro fiscal, explicando que 94% do orçamento é rígido, restando apenas 6% para remanejamento, o que limita a capacidade de investimento e custeio de serviços essenciais. Apesar disso, ele descartou uma crise iminente de insolvência, citando o caixa do Tesouro Nacional de R$ 1,5 trilhão, suficiente para cobrir sete meses de déficit sem emitir nova dívida. Salto ressaltou a necessidade de compreender a rigidez orçamentária para enfrentar os desafios fiscais.
Guido Mantega comparou a situação atual com o crescimento de 7,5% em 2010, argumentando que o Brasil pode crescer acima de 3% ao ano sem gerar inflação. Ele criticou a política monetária restritiva e atribuiu a inflação recente a choques de oferta e desvalorização do real. Mantega acredita que, com a estabilização do câmbio e a queda da inflação, o Banco Central poderá reduzir os juros antes do previsto, abrindo espaço para uma retomada mais vigorosa da economia.