Apesar dos avanços na economia argentina sob o governo do presidente Javier Milei, como a redução da inflação e o primeiro superávit orçamentário em 14 anos, muitos cidadãos enfrentam dificuldades para sobreviver. Professores e funcionários públicos, por exemplo, viram seus salários caírem mais de 15% em termos reais, enquanto trabalhadores informais ganham 41% menos que os formais, segundo especialistas. A austeridade fiscal também impactou setores como infraestrutura e indústria local, levando a protestos frequentes, especialmente entre aposentados que lutam para cobrir despesas básicas.
Embora o setor privado tenha registrado aumento salarial de 3,3% acima da inflação, o crescimento do emprego informal e a queda no consumo mostram que a recuperação não é uniforme. Dados oficiais indicam que supermercados tiveram queda de mais de 10% nas vendas em 2023, refletindo a pressão sobre as famílias. Para agravar a situação, think tanks alertam que a taxa real de desemprego, considerando trabalhos precários, pode chegar a 30%, muito acima dos 6,4% oficialmente divulgados.
O governo defende suas políticas como necessárias para a estabilização, argumentando que a queda da inflação permitirá melhores condições no longo prazo. No entanto, para muitos argentinos, como professores e aposentados, o cotidiano segue marcado por sacrifícios, desde pular refeições até depender de ajuda familiar. Enquanto o país celebra indicadores macroeconômicos positivos, a desigualdade e a pobreza permanecem como desafios urgentes a serem enfrentados.