O ex-diretor do Banco Central criticou a decisão do governo de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 3,5% em investimentos no exterior, classificando a medida como um passo em direção ao controle cambial. Em publicações no X, ele argumentou que a ação representa o início do fechamento da conta de capital e destacou que países sérios não costumam adotar tal prática. Além disso, afirmou que desequilíbrios fiscais tendem a se resolver por meio de ajustes, crises ou repressão financeira.
O aumento do IOF foi anunciado pelo ministro dos Transportes antes da divulgação oficial pelo Ministério da Fazenda, com estimativas de arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. A medida também revogou a redução progressiva do imposto sobre cartões usados no exterior, mantendo uma taxa fixa de 3,5%. O ministro da Fazenda negou vazamentos sobre a decisão e esclareceu que dividendos não serão afetados, tema que será tratado na reforma do Imposto de Renda.
O Banco Central não se manifestou sobre a mudança, mas o economista alertou para os riscos da repressão financeira velada. A discussão reflete tensões entre políticas fiscais e a autonomia monetária, com potencial impacto nos fluxos de capital e na confiança do mercado.