O economista do Santander Brasil considera a contenção de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025 um primeiro passo relevante para alcançar a meta fiscal, destacando que a estratégia demonstra viabilidade. No entanto, ele pondera que o cumprimento do resultado primário depende ainda do desempenho das receitas no segundo semestre e de eventuais ganhos extraordinários. A decisão de iniciar o ajuste já no primeiro relatório bimestral do ano traz segurança, permitindo acomodar possíveis revisões ao longo de 2025.
O especialista ressalta que o governo adotou uma postura mais conservadora ao revisar despesas potencialmente superestimadas, como os gastos com Previdência. O esforço fiscal líquido ficou próximo de R$ 18,9 bilhões, acima das expectativas do mercado e dentro de um cenário considerado positivo. Essa abordagem contrasta com 2024, quando o primeiro contingenciamento ocorreu apenas em julho, indicando maior rigor neste ano.
No lado das receitas, houve um déficit de R$ 42 bilhões em relação ao Orçamento aprovado em abril, o que reforça a necessidade de acompanhar os próximos meses. Apesar das incertezas, a medida é vista como um sinal de compromisso com o arcabouço fiscal, criando margem para ajustes futuros sem comprometer o limite de despesas. O mercado enxerga o movimento como um desenvolvimento favorável, ainda que desafios permaneçam.