O dólar registrou alta frente às principais moedas globais nesta quinta-feira, impulsionado por dados industriais dos EUA que mostraram uma contração menos acentuada do que o esperado, além da fragilidade do iene após o Banco do Japão (BoJ) revisar para baixo as projeções de crescimento da economia japonesa. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana, subiu 0,78%, retornando ao patamar acima dos 100 mil pontos pela primeira vez desde abril. O dólar atingiu 145,63 ienes, enquanto o euro e a libra esterlina recuaram para US$ 1,1289 e US$ 1,3283, respectivamente.
O BoJ manteve as taxas de juros inalteradas em 0,5%, mas adotou um tom mais cauteloso em sua declaração, citando incertezas sobre políticas comerciais e um possível arrefecimento da economia. Analistas destacam que, apesar de uma leve melhora no humor dos mercados, o câmbio ainda enfrenta pressão devido às tensões tarifárias. Thierry Wizman, estrategista da Macquarie, argumenta que o dólar deve perder parte de seu status como moeda essencial, tornando-se uma entre opções comparáveis, como o euro.
O PMI industrial dos EUA, divulgado pelo ISM, recuou para 48,7 em abril, abaixo dos 49,0 de março, mas acima das expectativas de 48,0. O dado aliviou temores de um desempenho ainda pior, especialmente após as medidas tarifárias anunciadas pelo governo norte-americano em abril. O mercado segue atento aos desdobramentos das políticas comerciais e seus impactos no crescimento global.