O dólar continuou sua queda frente ao real durante a tarde desta sexta-feira, influenciado pelo payroll norte-americano acima do esperado e pela disposição da China em negociar tarifas com os Estados Unidos. Esses fatores aumentaram o apetite por risco, enfraquecendo a moeda americana globalmente e direcionando fluxos para mercados emergentes, que também se beneficiaram da alta de commodities como minério de ferro e produtos agrícolas. A divisa fechou em queda de 0,38%, a R$ 5,6549, acumulando uma desvalorização de 0,58% na semana.
O payroll de abril, que mostrou a criação de 177 mil empregos nos EUA, acima da projeção de 138 mil, reforçou a percepção de resiliência no mercado de trabalho do país, afastando temores de recessão e favorecendo moedas emergentes. Economistas destacam que, apesar do PIB dos EUA no primeiro trimestre de 2025 ter ficado negativo, a demanda doméstica permaneceu sólida, sustentando a economia. Além disso, os dados adiaram as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve, com analistas agora projetando a primeira redução para julho, e não mais em junho.
Outro fator que pressionou o dólar foi o anúncio do Ministério do Comércio chinês sobre a abertura para diálogo com os EUA, desde que Washington demonstre sinceridade e esteja disposto a rever tarifas unilaterais. A possibilidade de negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, incluindo discussões sobre o comércio de fentanil, contribuiu para o clima de otimismo nos mercados, reforçando o movimento de fuga para ativos de risco.