A força do dólar pode ter atingido seu pico, com o mundo se reorganizando em torno de um novo equilíbrio geopolítico e econômico. Analistas destacam que a desconfiança em relação aos Estados Unidos, agravada por políticas protecionistas e instabilidades institucionais, tem levado investidores e bancos centrais a reduzirem sua exposição à moeda americana. O enfraquecimento cíclico da economia dos EUA, combinado com tensões comerciais e fragmentação geopolítica, sugere um cenário de menor dominância do dólar no longo prazo.
O ambiente global está sendo moldado por fatores como a escalada de tensões entre EUA e China, a desaceleração econômica em várias regiões e a perda de confiança no modelo institucional norte-americano. Esses elementos podem acelerar a diversificação das reservas internacionais, com moedas como o euro e ativos como o ouro ganhando espaço. Além disso, conflitos como o entre Rússia e Ucrânia serviram de alerta para a necessidade de reduzir dependências estratégicas, um movimento que agora se repete em relação ao dólar.
Diante desse cenário, os mercados já começam a se ajustar, com possíveis movimentos de venda do dólar em favor de moedas emergentes, como o real e o peso mexicano, em períodos de estabilidade. Em momentos de maior volatilidade, ativos como ouro e moedas seguras, como o iene e o franco suíço, tendem a se valorizar. A menos que haja uma retomada do excepcionalismo americano, a tendência de enfraquecimento da moeda dos EUA parece consolidada, marcando uma nova fase na economia global.