Um documento interno da ONU obtido pela Reuters mostra que os Estados Unidos estão tentando enfraquecer um acordo global destinado a apoiar países em desenvolvimento no enfrentamento de mudanças climáticas e outras questões. A administração atual se opõe a reformas preliminares do sistema financeiro mundial, incluindo medidas relacionadas a tributação, subsídios a combustíveis fósseis e classificações de crédito. Além disso, busca remover menções a clima, igualdade de gênero e sustentabilidade do texto, alinhando-se a uma agenda de prioridades nacionais em detrimento de soluções multilaterais.
O documento, que servirá como base para a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), em junho, na Espanha, revela resistência dos EUA a propostas como taxação de atividades poluentes e apoio a países vulneráveis a desastres climáticos. Outros pontos contestados incluem a transparência fiscal e a eliminação gradual de subsídios a combustíveis fósseis. Enquanto isso, nações como Rússia, Arábia Saudita e China também se opõem a algumas das medidas, embora muitos países pobres defendam maior flexibilidade em suas dívidas para investir em projetos sustentáveis.
Apesar da influência dos EUA como maior acionista do Banco Mundial e do FMI, o acordo final ainda está em negociação e pode sofrer alterações antes da conferência. A posição norte-americana, no entanto, pressiona por um consenso mais frágil, já que as discussões dependem de unanimidade. Enquanto isso, a ONU reforça a necessidade de cooperação global para enfrentar desafios como mudanças climáticas e desigualdades, destacando a importância de um financiamento eficaz para o desenvolvimento sustentável.