Um documentário produzido pelas biólogas Júlia Checchinato e Juliane Lopes traz à tona a importância da preservação dos anfíbios, com foco nos sapos-pingo-de-ouro, espécie minúscula e colorida encontrada na Serra do Japi, em Jundiaí (SP). O primeiro episódio da série “Fascínio e Declínio dos Anfíbios da Mata Atlântica” destaca as peculiaridades desses animais, como sua toxicidade similar à do baiacu, ossos fluorescentes sob luz UV e seu habitat restrito a áreas úmidas. A produção enfrentou desafios, como a estiagem e a dificuldade de localizar os sapos, mas contou com a colaboração de uma cinegrafista profissional para capturar imagens impressionantes.
Os sapos-pingo-de-ouro, menores que uma moeda de R$ 1, são considerados os menores vertebrados terrestres do mundo e têm uma história evolutiva fascinante. Descobertos recentemente na Serra do Japi, esses anfíbios enfrentam ameaças devido às mudanças climáticas, que alteram seu ambiente úmido e vital. O documentário não apenas registra seu comportamento, mas também alerta para a necessidade de conservação, já que a espécie é sensível a eventos extremos, como secas e incêndios.
A série, financiada pela Fapesp em parceria com o Canal Futura, pretende expandir para outros temas, como as onças-pintadas e pererecas polinizadoras. As biólogas esperam que o projeto conscientize o público sobre a interdependência dos ecossistemas e a urgência de proteger espécies ameaçadas. “Cada vez que olho para a Serra do Japi, vejo a casa de tantos seres vivos que estamos destruindo”, reflete Júlia, destacando a conexão entre todos os habitantes do planeta.