A demissão de um advogado e marqueteiro do Partido Liberal (PL) ocorreu após a divulgação de mensagens em que ele e um ex-assessor ironizavam uma possível candidatura da ex-primeira-dama em 2026. O pedido de demissão partiu dela, evidenciando uma divisão no campo político da direita sobre quem herdará o eleitorado do ex-presidente, declarado inelegível pelo TSE em junho de 2023. As mensagens, trocadas em janeiro daquele ano, revelam resistência à ideia de sua candidatura, com o marqueteiro sugerindo até mesmo o nome de um pastor como alternativa.
O episódio expõe uma disputa interna entre dois grupos: de um lado, a família do ex-presidente, que vê a ex-primeira-dama como uma opção viável para a sucessão; de outro, setores que consideram essa estratégia arriscada, especialmente diante das investigações em curso no STF. Enquanto alguns defendem sua candidatura à Presidência, outros acreditam que ela seria mais adequada para o Senado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria sinalizado apoio à ideia, mas outros membros da família demonstraram ressalvas.
A situação ilustra os desafios da direita na construção de uma estratégia eleitoral para 2026, marcada por incertezas e divergências. A tentativa de consolidar a ex-primeira-dama como candidata enfrenta resistência até mesmo dentro do próprio grupo, enquanto figuras externas são cogitadas como alternativas. O cenário permanece em aberto, com a definição dependendo tanto dos desdobramentos jurídicos quanto da capacidade de unificação das lideranças.