Uma sessão do Tribunal do Júri em Cantanhede, no Maranhão, foi suspensa após um desentendimento entre uma juíza e um promotor de Justiça sobre a disposição de um assento no plenário. A magistrada alegou que o promotor agiu de forma descortês e interrompeu sua fala, caracterizando o episódio como um ato de machismo estrutural. O promotor, por sua vez, negou as acusações e afirmou ter provas documentais de que sua conduta foi respeitosa e alinhada com as prerrogativas legais do Ministério Público.
O caso ocorreu durante o julgamento de um homicídio, que foi adiado sem nova data definida. Entidades representativas do Judiciário e do Ministério Público se manifestaram, cada uma defendendo seu membro. A Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) apoiou a juíza, destacando a importância da urbanidade e da igualdade de gênero, enquanto a Associação do Ministério Público (AMPEM) respaldou o promotor, afirmando que ele agiu dentro da lei e com respeito.
O incidente foi encaminhado para apuração pelas corregedorias das respectivas instituições. Enquanto isso, o debate sobre o episódio reacendeu discussões sobre a dinâmica de poder e o tratamento entre os operadores do Direito, com ambos os lados defendendo a necessidade de harmonia e diálogo no sistema de Justiça. O julgamento do caso original, envolvendo um homicídio, será remarcado após a resolução do impasse.