Uma sessão do tribunal do júri na comarca de Cantanhede, no Maranhão, foi suspensa após uma discussão entre a magistrada responsável e o promotor de Justiça. O conflito surgiu quando o promotor exigiu ocupar uma cadeira ao lado direito da juíza, alegando que a posição era sua prerrogativa legal. A magistrada recusou, argumentando que sua secretária deveria permanecer no local e que a atitude do promotor desrespeitava a autoridade da presidência da sessão.
O promotor justificou sua posição citando a lei complementar 75 de 1993, que determina que membros do Ministério Público devem sentar-se à direita do juiz. A juíza, por sua vez, acusou-o de tumultuar a sessão e mencionou que situações semelhantes já haviam ocorrido anteriormente. Diante do impasse, a magistrada deixou temporariamente a sala, classificando a situação como “palhaçada”, antes de retornar e declarar a impossibilidade de continuar o julgamento devido ao comportamento do promotor.
A magistrada também sugeriu que o episódio poderia envolver elementos de violência de gênero, observando que conflitos assim não ocorriam quando juízes homens presidiam as sessões. O caso será registrado em ata e encaminhado à Corregedoria do Ministério Público. O promotor não se manifestou sobre o ocorrido até o momento da publicação.