A Venezuela e a Guiana continuam envolvidas em uma disputa territorial de mais de um século pela região de Essequibo, rica em petróleo. O conflito se intensificou em 2015, após a descoberta de reservas pela ExxonMobil, e ganhou novo fôlego com a recente decisão da Venezuela de eleger autoridades para administrar a área, tratando-a como parte de seu território. A Guiana, por sua vez, insiste no cumprimento de um laudo de 1899, que define as fronteiras, enquanto a Venezuela alega que o Acordo de Genebra de 1966 anulou essa decisão e exige negociações diretas.
Nicolás Maduro, presidente venezuelano, afirmou que a Guiana “mais cedo ou mais tarde” terá de aceitar a soberania de seu país sobre Essequibo, classificando a presença guianense como “ocupação ilegal”. A eleição de um governador e deputados para a região, ainda que simbólica, foi celebrada por Maduro como o “nascimento da nova soberania”. Já o líder guianense vê a medida como uma provocação, mas ambos os lados reiteraram o compromisso com soluções diplomáticas, após tensões que chegaram a levantar temores de conflito armado no final de 2023.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) pediu a suspensão das eleições, mas Maduro ignorou a solicitação, afirmando que “ninguém deve meter o nariz” na disputa. Enquanto isso, a Guiana busca o aval da ONU para consolidar suas fronteiras, enquanto a Venezuela avança com medidas para reforçar sua reivindicação. O impasse permanece, com ambos os países firmes em suas posições e sem perspectivas imediatas de resolução.