O diretor de política monetária do Banco Central afirmou que os sinais mais claros de desaceleração da atividade econômica devem surgir apenas nos últimos meses do ano, justificando a manutenção de uma política monetária restritiva. Durante participação em um seminário, ele destacou que o BC não reage a dados isolados, como o recente IBC-Br, que mostrou crescimento de 0,8% em março, evitando tomar decisões baseadas em “ruídos”. Nesse momento de inflexão, explicou, é comum haver heterogeneidade nos indicadores, com sensibilidade diversa aos juros, o que exige cautela na análise.
O diretor reforçou que o BC não tem uma meta específica para o nível de atividade econômica, reconhecendo que a desaceleração faz parte do cenário esperado. No entanto, a autoridade monetária segue preocupada com as expectativas de inflação desancoradas, destacando que as projeções do Focus estão inconsistentes com a meta de 3%. Apesar disso, ele afirmou que o tempo demonstrará o compromisso do BC em alcançar esse objetivo.
Em resumo, o BC mantém uma postura vigilante, evitando reações precipitadas a indicadores voláteis e reforçando sua estratégia de combate à inflação. A mensagem transmitida foi de paciência e rigor analítico, com foco nos sinais mais consistentes que devem emergir ao longo do ano. A abordagem reflete a prioridade em garantir a estabilidade econômica, mesmo em um ambiente de incertezas.