O primeiro encontro diplomático formal entre russos e ucranianos em mais de três anos, mediado pela Turquia, foi marcado por expectativas frustradas e desencontros. Enquanto o presidente ucraniano confirmou presença, os russos enviaram apenas representantes de baixo escalão, sem poder de decisão, levando a críticas sobre a falta de compromisso com a paz. A ausência de líderes-chave e a delegação “decorativa” enviada por Moscou reforçaram a percepção de que o conflito ainda não tem solução à vista, apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo.
A pressão ocidental, incluindo discursos mais veementes dos Estados Unidos e da Europa, não foi suficiente para mudar a postura russa. O silêncio do Kremlin e a recusa em participar de negociações diretas com a Ucrânia sugerem que a guerra continuará sendo resolvida no campo de batalha, não na mesa diplomática. Enquanto isso, a Ucrânia, fragilizada, busca minimizar perdas e evitar novos ataques a civis, mas suas opções parecem cada vez mais limitadas.
O episódio reforça a complexidade da guerra, que vai além do conflito militar, envolvendo também disputas de narrativa e poder simbólico. A recusa de líderes russos em tratar a Ucrânia como igual nas negociações envia uma mensagem clara sobre suas ambições geopolíticas. Enquanto reuniões de paz dominam as manchetes, a realidade mostra que qualquer avanço dependerá de um gesto concreto entre as principais potências envolvidas, algo ainda distante no horizonte.