O desmatamento no bioma da Mata Atlântica registrou queda de 14% em 2024, segundo dados do Atlas da Mata Atlântica e do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD). No entanto, a redução foi apenas de 2% quando consideradas apenas as florestas maduras, que possuem maior biodiversidade e estoque de carbono. Apesar da diminuição, os números ainda estão longe do objetivo de desmatamento zero, com perdas concentradas em áreas críticas e avançando sobre vegetação insubstituível.
A agropecuária continua sendo o principal vetor de desmatamento, especialmente em terras privadas ou sem registro fundiário, respondendo pela maioria dos alertas. Embora haja redução em áreas menores, as grandes derrubadas permaneceram estáveis, aumentando a média de área desmatada por evento. Além disso, desastres naturais, como deslizamentos no Rio Grande do Sul, contribuíram significativamente para a perda de floresta, especialmente em regiões de alta declividade e solo instável.
Especialistas alertam que a degradação da Mata Atlântica amplia os riscos de colapso nos serviços ecossistêmicos, essenciais para a qualidade de vida, segurança alimentar e economia do país. A aplicação efetiva da legislação ambiental, maior fiscalização e adaptação climática são apontadas como medidas urgentes para conter o avanço da destruição. Enquanto isso, a emissão de CO2 decorrente do desmatamento em 2024 equivaleu às liberações anuais de países como Camarões ou do Distrito Federal.