A desinformação foi identificada como o principal risco global para 2025 e os próximos anos, superando até mesmo as mudanças climáticas, crises ambientais e conflitos migratórios. Tawfik Jelassi, diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da Unesco, destacou que a disseminação de notícias falsas se propaga dez vezes mais rápido que a verdade, causando danos irreversíveis. Ele defendeu a regulamentação global das redes sociais e a responsabilização das plataformas digitais, que devem priorizar a moderação de conteúdo para combater a desinformação e o discurso de ódio.
A Unesco tem trabalhado ativamente para promover o uso ético da inteligência artificial, com recomendações adotadas por 70 países, incluindo o Brasil. Jelassi ressaltou que a tecnologia, embora neutra, pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal, citando exemplos como o ChatGPT na educação e a análise de dados na agricultura. A organização também planeja uma conferência global em junho para discutir a transformação digital no setor público, focando no desenvolvimento de habilidades para servidores públicos.
Jelassi enfatizou a necessidade de cooperação internacional, já que as plataformas digitais não respeitam fronteiras nacionais. Ele citou o LinkedIn como exemplo de rede que combate efetivamente a desinformação, mostrando que é possível alinhar modelos de negócios com responsabilidade ética. A Unesco continua a defender que a informação seja tratada como um bem público, essencial para a democracia e a coesão social.