Coco Gauff, tenista americana de 21 anos, teve um ano excepcional em 2024, superando seus próprios recordes ao faturar US$ 34,4 milhões em prêmios e patrocínios. Apesar disso, ela não conseguiu entrar na lista dos 50 atletas mais bem pagos do mundo, cujo corte mínimo foi de US$ 53,6 milhões. Pelo segundo ano consecutivo, nenhuma mulher apareceu no ranking, um reflexo da disparidade salarial entre esportes masculinos e femininos, impulsionada principalmente por diferenças em direitos de transmissão e receitas de ligas.
A diferença é evidente em comparações diretas: enquanto a WNBA triplicou sua receita de mídia para US$ 200 milhões anuais, a NBA atingiu US$ 6,9 bilhões. Isso se traduz em salários como os de Caitlin Clark (US$ 150 mil na WNBA) versus Victor Wembanyama (US$ 25 milhões na NBA). Mesmo no tênis, onde Grand Slams oferecem premiações iguais, torneios menores mantêm desigualdades. Ligas femininas, como a NWSL, ainda enfrentam tetos salariais baixos, limitando o crescimento financeiro das atletas.
Apesar dos desafios, os esportes femininos estão em ascensão, com previsão de receitas globais de US$ 2,35 bilhões em 2025, impulsionadas por patrocínios e maior interesse comercial. Atletas como Eileen Gu e Simone Biles destacam-se com ganhos expressivos fora das competições, mostrando potencial para futuras mudanças. Com a maioria das top 20 atletas abaixo dos 30 anos, há esperança de que a desigualdade diminua nos próximos anos, à medida que o mercado reconheça seu valor.