Há seis anos, uma designer de Brasília coleciona bonecas reborn, arte hiper-realista que imita bebês humanos. Elisângela Sant’Anna, mãe de dois filhos, já teve 36 bonecas e chegou a pagar R$ 5 mil por algumas. Ela trata as peças com carinho, mas ressalta a importância de discernir entre fantasia e realidade, evitando exageros como os que viralizaram nas redes sociais, onde algumas pessoas simulam partos ou levam as bonecas ao médico. A designer já enfrentou críticas da família e até multa do Detran-DF por transportar uma boneca no banco dianteiro do carro.
O texto aborda a polêmica em torno dos bebês reborn no Brasil, incluindo debates sobre seu uso como suporte emocional ou brinquedo. Em maio, propostas legislativas surgiram, como a criação do Dia da Cegonha Reborn no Rio de Janeiro e um projeto para multar quem usar as bonecas para furar filas. Enquanto isso, a prefeitura de Curitiba alertou que mães de reborns não têm direito a assentos preferenciais. O fenômeno também movimenta o mercado, como no caso de uma loja no Gama que abandonou a venda de roupas para se dedicar exclusivamente às bonecas.
Apesar do hobby incomum, colecionadores como Elisângela enfatizam o valor artístico das peças, destacando sua singularidade e o cuidado em sua produção. A designer, que já doou algumas bonecas, vê nelas uma fonte de alegria, mas sem fanatismo. O universo reborn, embora cercado de controvérsias, continua a crescer, atraindo tanto entusiastas quanto críticos.